8 de abril de 2011

Esperança de um mundo melhor


Hoje eu estou de luto. Não apenas por um caso isolado, de algo inconstante, mas por toda essa balbúrdia que assola a nossa sociedade. Vivemos assustados, sem saber o que esperar da atitude do outro. Em meio a tanta desordem, escrevo estas linhas como forma de adentrar na reflexão de vocês.

Hoje estou de luto, pelas crianças que foram brutalmente retiradas das suas mães, por um ato impiedoso de alguém que usou da violência de outrora como motivo para cometer tal barbaridade e ainda por cima rogou por Deus.

Hoje estou de luto, pelo mundo adoentado por essa "peste desumana" que contaminou essa gente. Os poucos que ainda restam, refugiam-se em seu mais íntimo medo, trancando portas e janelas, torcendo para que ali o mal não faça lar.

Hoje estou de luto, pelas vítimas do tsunami e do terremoto no Japão, pelas famílias enfermas da dengue, pelo desastre ocorrido na Região Serrana do Rio, pelos sangues derramados por culpa do homem que brinca de ser Deus e está sempre chamando a natureza para uma "queda de braço", mesmo sabendo que dessa disputa sairemos sempre perdendo.

Hoje estou de luto, pela ausência dos homens de terno que adentraram a nossa política, através do voto da população, e que deveriam lutar pelos nossos direitos. No entanto, reservam-se em suas mansões e assistem de camarote a essa caos global.

Hoje estou de luto, pelo idoso desrespeitado, pelo deficiente jogado a esmo, pela falta da saúde e da educação, base de um cidadão, que se bobear nem nome tem. Estou de luto pela desigualdade social, pelo preconceito entre raças, sexo e religião. Estou de luto pela falta de luta, sem falar dos sentimentos mais lindos que hoje só vejo em filme.

Hoje estou de luto, pela tecnologia mal utilizada, pela lágrima brotada nos olhos dos brasileiros, que se pegam rezando, escorando-se na fé. E até aqueles que nem acreditam, já vi pedindo a Deus por um pouco de paz.

Hoje eu estou de luto, pelo homem, que mesmo depois de tantos anos, ainda não pensa "nas crianças mudas telepáticas", ainda não pensa "nas meninas cegas inexatas" e fez questão de esquecer de lembrar "da rosa de Hiroshima a rosa hereditária".

Hoje eu estou de luto, mas luto na esperança de um mundo melhor.