29 de junho de 2010

Aqui dentro


Olha, deixa eu te falar uma coisa. Está vendo aquela porta ali? Talvez do outro lado você encontre novos sonhos, melhores que essa realidade que vive. Pode, quem sabe, esbarrar com uma nova pessoa, pode ter um novo desejo. Talvez você encontre grandes decepções e até mesmo o arrependimento de ter saído por aquela porta ali. São tudo hipóteses. Eu não sei, você não sabe.

A única certeza que posso te dar, é que se você ficar aqui e esquecer aquela porta, você vai encontrar em mim tudo o que falta em você e eu vou te amar a cada dia, do mesmo jeito ou um pouco mais. Caso você fique, pouco importa se amanhã vai chover, se vai fazer sol, o que importa é que vamos estar juntos.

E eu não vou dizer que vai ser fácil, porque não vai. Vai ter dias que você vai chorar de medo, a gente vai brigar... Vai ter hora que eu não vou conseguir entender o que você diz e você também não vai querer parar para explicar. Então vamos nos olhar por alguns segundos, segundos suficiente para você entender que são essas diferenças que nos unem e que por mais contraditório que seja é o meu "não", quando você insiste em dizer "sim", que você mais queria ouvir.

Mas olha, se você ficar aqui e esquecer aquela porta, eu te prometo que vai ser pra sempre.
(Vanda Ferreira)

17 de junho de 2010

Tudo tem o seu tempo


Há tempo de ser grande, tempo de ser pequeno, tempo de ser muito ou nada. Há tempo de viver sonhos, tempo de fitar a realidade. Há tempo de ser criança e tempo de ser adulto. Entenderam? Há tempo de ser criança e tempo de ser adulto.


Hoje o que mais vejo são crianças brincando de serem adultos e pais que batem palmas e acham graça dessa situação. A consequência disso se mostra no futuro quando estes se tornam adultos e acham que podem voltar a serem crianças.

Eu fico me perguntando: onde foi parar a inocência? Qual a graça de sorrisos manchados de batom vermelho, de cabelos pintados? Qual a graça de ser adulto aos 10 anos de idade? Esse estereótipo de meninas usando saias curtas, salto alto, meninos que se acham "badboys" e pré adolescentes que ainda não sabem nem o que é sexo escolhendo que lado seguir. Pisar demais no acelerador é arriscado quando não se sabe o que vem pela frente. É preciso frear vez ou outra, para visualizarmos o melhor caminho a ser percorrido.

A vida é feita de etapas. Tudo tem o seu tempo, a sua hora, o seu lugar. O momento certo existe, não pensem o contrário. Não queiram antecipar nada, pular fases, crescer mais do que deve e nem se infantilizar demais. Voltar no tempo? Quem dera... Então, pra que acelerar as coisas?

Entendam que cada idade é para ser vivida, apreciada, curtida... Não para ser evitada.
(Vanda Ferreira)

8 de junho de 2010

Identidade escrita


Tem horas que não sei porque escrevo, ou para quem escrevo. Se descrevo o que sei, se descrevo o que vejo. Mas quando dou por mim, já estou novamente tentando rabiscar as primeiras frases. Vício? Talvez.

A verdade é que andei um tempo afastada de toda essa escrita, de todo esse mundo de frases e contextos. Eu me permiti esquecer por alguns instantes o "bê-a-bá" para que pudesse entender certas coisas.

Hoje não vestirei nenhuma ideologia de vida, nem os meus suspiros serão de sonhos. Hoje, eu vim despida de qualquer tema, para mostrar o motivo principal deste espaço que muitos chamam de Blog, eu já o chamo de lar.


Ainda não tinha me dado conta do quanto esse espaço move pensamentos, tira de dentro de nós opiniões já adormecidas e acreditem se quiser, estas opiniões se modificam e o que ontem não era, agora é... Ou era o que não é. A única certeza que posso dar é que eu, Vanda Ferreira, não mudo ninguém.


Não será no meu texto que alguém irá se descobrir e nem que irá encontrar a solução da sua vida. Eu não encontrei a solução da minha, mesmo com tantas frases que me descrevem e exalam o meu Eu mais verdadeiro. Não será numa frase de Caio Fernando Abreu, por exemplo, que você encontrará o "quem eu sou" tão desejado para te descrever, você apenas encontrará algo que te faça chegar mais próximo de quem você é. Mas o que você é de verdade, nem a bíblia irá te dizer quem é.


Cada um tem a sua filosofia. Uns acham que para chegar mais próximo da realidade, deve-se fantasiar, criar bruxos, gente que voa e bichos que falam. Eu já parto do princípio que para enxergar a realidade eu vou direto ao ponto e falo das coisas do jeito que são. Sem inventar nomes aos sentimentos. Nada contra aqueles que curtem um boa ficção, até porque eu também gosto, mas o meu real é esse. É o aqui, o agora! Eu não vivo de contos e nunca vi um bruxo passar voando pela minha janela durante a madrugada.


Foi preciso me afastar para entender que tudo o que deixo registrado aqui é o meio mais fácil para aproximar pessoas de personalidades e de lugares diferentes, mas que tem em comum a vida, o sentimento, o cotidiano. Foi preciso me afastar de tudo e até de mim, para que eu pudesse me entender.


Eu não falo o que não sei, o que não vivo ou o que não vi. Eu sou um misto de sentimentos, o que faço é isto, descrito em algumas linhas. Alguns se identificam, outros se apegam, alguns lamentam, mas todos... todos, querendo ou não, param para pensar. Está aí, o meu objetivo
(Vanda Ferreira)