24 de maio de 2010

Felicidade utópica?


Tenho notado que as pessoas estão muito desacreditadas. No meu último texto, "Felizes para sempre", publicado neste blog, pude notar que muitos acham que "final feliz" é utopia e isso me deixou preocupada.

Meu Deus como assim? Como podem achar que a nossa realidade é um final diferente de "felicidade"? Quem foi que começou com essa ideia de que realidade não é casamento feliz, não é profissional realizado, não é uma vida feliz? Me digam, quem foi que começou com isto? Me apresentem, pois terei prazer em discordar desta pessoa.

O que me chamou atenção não foi o fato de muitos discordarem do meu texto, pois eu quero mesmo que discordem quando tiverem que discordar. O problema é que a maioria não vê um final feliz. Acha que todo relacionamento bom vai ter uma crise lá na frente e que esta crise vai ser o suficiente para cada um ir para o seu canto. Em certo ponto eu até entendo que casais terminem por isso, mas não é uma questão de generalizar.

Me chamem de sonhadora, imatura ou qualquer outro termo que se encaixe, mas não consigo ser o tipo de pessoa que desacredita em coisas que podem ser possíveis. Não sei começar nada na minha vida sem me entregar. Eu me jogo, me atiro e seja o que Deus quiser. Não acredito na frase "que seja eterno enquanto dure", pois o meu "dure", quando é pra valer, é pra sempre! Então, "que seja eterno" e isso me basta para ser feliz.

Final feliz não é utopia, é vontade, persistência e ousadia. Agora, se para alguns, ou muitos, ser normal é acreditar que a nossa realidade está longe de um final feliz, então eu prefiro continuar sendo uma "anormal utópica".
(Vanda Ferreira)

21 de maio de 2010

Felizes para sempre


E eles viveram felizes para sempre. Caramba! Eu não entendo porque toda novela, filmes e histórias infantis sempre terminam quando a mocinha diz sim para o mocinho, se o bom da história está em depois que o padre finaliza dizendo: "e eu os declaro, marido e mulher".

Quem é que não parou para pensar no depois do "sim"? No dia seguinte? Verdade seja dita...Nos pegamos sonhando acordados, imaginando em como vai ser o dia a dia, o café da manhã, o cantinho que escolhemos para começarmos a vida à dois.

Aprender a lidar com os problemas, com as diferenças, as dificuldades. Um ensinando o outro o melhor para os dois. Pensando juntos... Amando juntos. Um dia de cada vez. Ingrediente simples, massa homogênea, a melhor receita da felicidade.

Um, dois, três anos... muitos anos! Vários verões, muitos outonos. A idade vai passando, o amor aumentando e o companheirismo vai mostrando com o pôr-do-sol que mais um dia juntos foi completado e o sentimento que um tem pelo outro desde o primeiro instante em que se olharam, continua. Lindo, sincero, profundo.


Eu quero um amor para envelhecer comigo. Eu quero que valha a pena e que no final eu possa dizer sem sombra de dúvidas que nós vivemos e vamos continuar vivendo felizes para sempre. Um amor, uma aliança e um pedido no final do dia.
(Vanda Ferreira)

19 de maio de 2010

Simples detalhes


São coisas pequenas, simples... meros detalhes. O que buscamos para as nossas vidas não estão em tesouros, presentes caros. Queremos é a simplicidade.

E que seja simples se for sincero. Um sorriso escondido na timidez ou até um pedaço de papel amassado. Tanto faz, tudo o que seja simples mas que provoque explosões de sentimentos.

Não importa o tamanho, a quantidade, o preço... Não precisa embrulhar para presente. Os detalhes que ficam eternizados são os abraços acompanhados do beijo. Amizades que geram confiança... E esta saudade que fica no gosto do café da manhã.

O jeito mais delicado, a palavra que nos apoia, são estes que fazem cada dia valer a pena. E Que seja doce, mesmo se for amargo e leve, mesmo se complicado. Mas que sejam apenas simples detalhes.

No final, a gente aprende que as melhores coisas, as que realmente nos marcam para sempre estão na simplicidade.
(Vanda Ferreira)

17 de maio de 2010

Ensaiando passos


Desde pequena eu venho ensaiando estes passos, rabisco alguns caminhos, traço alguns planos. Coloco o primeiro pé na frente, logo após eu faço o mesmo com o outro e levo comigo apenas a minha memória, um caderninho, um lápis e a minha boa e velha visão.

Tarefa difícil essa de andar. Fraquejei em alguns momentos, dei uma olhada disfarçada para trás por alguns minutos, passou pela minha cabeça voltar para onde eu estava, mas o vento das boas novas balançou os meus cabelos e mostrou que o caminho é para frente, reto e sem curvas.

Encontrei pessoas, lugares, sensações novas. Tive certeza de que ia esquecer que cheguei até ali sozinha... Realmente eu esqueci. Acabei depositando todo o meu esforço feito para chegar até onde cheguei em pegadas que não eram minhas. Fui marcada e marquei alguns sorrisos, outras vezes a lágrima veio me fazer companhia, mas eu não desisti... Retomei o meu caminho e segui. Eu, eu mesma e estes passos.

A tempestade no decorrer do percurso se fez presente, me derrubou algumas vezes, retardou a minha caminhada. Em alguns obstáculos eu caí e tive medo de continuar. Outros apenas me fizeram sentar e perder as esperanças de prosseguir, mas levantei e fui.

O que importa realmente não é para onde você vai, com quem você vai e o que vai encontrar no caminho. O importante é que você precisa ir, independente de qualquer coisa, ficar parado no mesmo lugar não é solução para nada. O caminho somos nós quem traçamos, o que levamos de cada pessoa somos nós quem escolhemos e parar nos obstáculos somos nós quem decidimos.

Eu não sei quando comecei a dar os meus passos, mas eu fui e continuo indo. O que eu vou encontrar mais na frente eu não sei, mas sei que nada vai me parar.
(Vanda Ferreira)

14 de maio de 2010

Despindo a insegurança


Eu não sei como, mas eu mudo. Oscilo entre essa mulher madura que te escreve e essa menina insegura que não sabe se te entrega a carta. Tem vezes que sou ela e outras que sou somente esta, mas que no fundo não sabe se é... se foi.

Eu não vou dizer que não acredito em você, porque acredito. Mas a minha insegurança não me deixa dar passos longos até a sua verdade. Então eu vou me encolhendo no canto do quarto entre a cama e o abajur... Vou me perdendo.

E não me basta ter somente a certeza do que eu sinto, se para ser por completo eu tenho que ter certeza do que você sente também. Talvez você já até tenha perdido as contas de quantas vezes me olhou nos olhos e disse o que eu sou pra você, mas eu ainda preciso ouvir.

Que seja tudo de novo, as mesmas frases, os mesmos textos, que seja simples, direto e que toque cada parte do meu corpo. Uma, duas, três vezes... Não importa! Apenas diga que nada mudou e me dê a certeza de que eu sou quem você tanto procurou.

Quem sabe no final de cada linha eu já tenha deixado de ser essa menina tão tola e insegura, que sente medo, que chora e que sente falta há todo momento... Quem sabe essa menina já tenha voltado a ser novamente a mulher madura que vai abrir a porta, colocar um sorriso no rosto e ao te abraçar vai despedindo-se lentamente da insegurança... Quem sabe? Eu sei.
(Vanda Ferreira)

12 de maio de 2010

Aceita


Eu falo alto para que você me note e faço das minhas roupas um motivo para você não tirar os olhos de mim. Eu danço, eu canto e fico louca com o seu andar. Ai, como eu quero que você repare em mim!


Já fiz aposta, já andei falando de você para uns amigos em comum, peguei seu telefone. Te liguei algumas vezes no final da tarde, mas desliguei, não tive coragem...É, era eu sim, agora você já sabe. Nos esbarramos algumas vezes nessas tantas boates do Rio e não foi coincidência, eu sabia que você estaria naquele lugar.

E se você quiser eu mudo o meu cabelo, eu largo esse drinque e vou ao seu encontro. Mas se você vier eu deixo tudo pronto, eu faço e até falo coisas boas para você ouvir. Só não venha com esse papo de que é tarde, porque eu não aceito "não". E te prometo que eu faço diferente, eu começo me apresentando e depois você sorri.

Não precisa falar, se não tiver a fim, basta apenas vir comigo. Então, e só dizer que sim e vem... Vem viver isso comigo.
(Vanda Ferreira)

10 de maio de 2010

Tudo o que não me convém


Eu não quero mais os mesmos erros, to doando os meus medos e pode ficar com a bolsa, ali em cima da cama, se você quiser. Os meus defeitos eu guardei naquela caixa amarela, mas não vou jogar tudo fora... Posso precisar de alguns futuramente.

Tirei todos os livros empoeirados da estante e deixei apenas Marthas, Clarices e Machados. No meu rádio ultimamente só tem tocado Paralamas, mas estou pensando em trocar... Quem sabe um Capital.

Os sapatos já gastos com o tempo, coloquei juntos com a minha insegurança, decepções, frustrações e algumas vaidades... Não todas. Preservei os meus cadernos, rasguei apenas duas ou três páginas, coisa boba, mas que já não fazem falta.

Aquelas mentiras que eu andei colecionando, já não me pertencem. Cansei, definitivamente cansei de guardar tudo o que não me faz bem. Eu vou jogar tudo fora. Tudo o que não vale a pena.

E quem sabe hoje a noite eu coloque o meu vestido mais bonito, a maquiagem mais sensual e fique por aqui mesmo... Sentada no sofá, tomando um bom vinho e celebrando essa nova fase. Eu vou fazer acontecer... Então, por favor, não estrague o meu dia.
(Vanda Ferreira)

7 de maio de 2010

Se for pra ficar


Se for pra ficar que seja inteiro, da forma mais simples, do jeito mais gostoso. Eu não quero um romance de novela, um "Romeu e Julieta", mas quero que seja sincero. Nada de perfeição do meu lado, eu não sou perfeita. Então que venha com erros, defeitos e uma dose de mau humor se possível.

Que some aos meus sonhos e subtraia os meus medos. Entenda que eu tenho minhas inseguranças e que você vai ter que aprender a conviver com elas. Nada de meias palavras... Que fale tudo ou que não fale nada, mas que demonstre, pois eu quero sentir.

E que tenhamos algumas brigas para quebrar a rotina, um ciúme vez ou outra para mostrar que também sente medo de me perder. Não te quero sendo forte o tempo todo, porque quero ser seu abrigo também. Mas não me peça para ter forças sempre, porque haverá dias que vou querer apenas um refúgio.

Se não sabe dançar eu ensino. Eu te ensino a dançar essa música, apenas tenha paciência e não tente me entender sempre, porque nem sempre eu vou querer ser entendida. Você nem sempre vai saber decifrar. Eu não sou decifrável. Eu vou querer ser amada, você acha que pode? Tem certeza?

Mas se não for pra ficar, se não for pra me amar, se não for para deitar ao meu lado e tecer um futuro só nosso, e se for só por hoje...apenas por hoje, se não for para sempre... Apague a luz e feche a porta.
(Vanda Ferreira)

5 de maio de 2010

A menina que vive


Alguém acorde aquela menina e diga a ela que a vida só pode ser vivida com os olhos abertos. Muitas vezes me vi como a menina que dorme. Outras vezes eu me vi como a menina que sonha. Mas no momento eu fico com a menina que vive.

Eu não sei o que me reserva lá na frente. Sinceramente não sei. Nem sei se daqui há duas horas vai chover, ou se o tempo vai permanecer como está. Eu não prevejo o futuro, apesar de tentar muitas vezes. Mas definitivamente eu não sou nenhuma Mãe Dináh... Fico me perguntando se ela previa algo.

Só sei que vivo. A cada dia eu vivo, tem dias que mais...tem dias que menos. Mas vivo! Eu gosto de conjugar verbos no presente, ainda que alguns se tornem rapidamente passado... muitos nem chegam a continuar no futuro. Mas e daí? Eu estou vivendo. Deixe-me viver.

Tem vezes que viajamos, vamos lá no futuro um pouquinho... brincamos de ser Deus por uns minutos, mas aí o telefone toca, o relógio desperta, a chaleira no fogo com água apita. Isso tudo são sinais, da vida te chamando para viver o agora. E nem se você quisesse poderia dizer que não.

Só nos resta dançar conforme a música e desejar que o que está sendo o nosso hoje, continue sendo o nosso amanhã. Quer viver? Quer ser feliz? Então, comece mudando o verbo... Eu vivo! Eu sou feliz!
(Vanda Ferreira)

3 de maio de 2010

Mãe


Eu sei que te peguei de surpresa, mesmo que você um dia tenha pedido por mim somente em pensamento. Sei que entrei na sua vida e agora nada mais será como antes. Alguns dos seus planos serão somados à dois, já outros tenho certeza de que não sairão do papel.

Fique certa de uma coisa: não será fácil! Não será fácil me ver chorar - e por eu não saber ainda me fazer entender - não será nada fácil ficar acordada de madrugada tentando solucionar o motivo dos meus choros.


Haverá dias em que você vai se perguntar se está preparada para me educar e me dar amor. Mas depois de um sorriso meu, tão inocente, tudo muda e a felicidade te acalma outra vez.


E quado eu tiver dando os primeiros passos, e quanto eu tiver dizendo a primeira palavra, e quando eu for para a primeira escola, e quanto eu encontrar o amor da minha vida, e quando eu sentir medo...Eu tenho certeza de que você estará ali, bem do meu lado, registrando e marcando todos esses momentos.


Eu vou te ensinar também, pode apostar. Vou te ensinar que apesar de ainda pequenininha eu já tenho você em minhas mãos e que quando faço birra é para te dizer: me ensine o que é certo. Eu não vou concordar com você na hora, mas entenderei mais tarde. Vou te mostrar num simples desenho rabiscado, que fiz como trabalhinho no Jardim, a se importar com as coisas mais simples.


Em algum momento eu sei que vou te magoar com alguma palavra dita numa discussão, você vai brigar comigo, eu vou ficar com raiva... vou sim. Mas o vínculo que temos é mais forte, o amor que sentimos é maior e depois de algumas horas eu já esqueci da briga... você também.


Então eu vou crescer. Vou me formar e você vai me aplaudir. Vamos chorar de alegria minutos antes do meu casamento e mais tarde você vai pular de felicidade, quando numa terça chuvosa eu te contar que você deixa de ser mãe para se tornar avó.
Mãe, obrigada por ser minha mãe.


Como é o meu primeiro texto de Maio - e lembrando que é o mês das mães - gostaria de dedicá-lo a todas as mães e parabenizá-las por todos os dias serem mães.


Em especial a minha mãe, com muito amor.
(Vanda Ferreira)