17 de maio de 2011

Assassinaram a língua portuguesa


Da mesma forma como já ensinaram a população uma matemática diferente, onde um mísero salário mínimo precisa render o suficiente para bancar uma família inteira, agora o que entrou em vigor foi o mais novo "jeitinho" brasileiro de usar a gramática.

Pouco importa se o Joãozinho da terceira série do ensino fundamental vai usar o "mas" no lugar do "mais" ou vice-versa. A língua portuguesa que tome nota e aceite que se Fulano entendeu o que Beltrano escreveu, então está tudo certo.

O que interessa para o MEC, vulgo Merda de Educação e de Cultura, é que se tudo pode ser feito na base do "entendi", para que dificultar e querer falar bonito, não é mesmo? Para que dicionários e livros do bom e velho português, se hoje, o certo é falar errado? E pobRema de quem vê problema nisso! Uma hora acostuma.

Assassinaram o Manoel e eu não tive sequer tempo de me despedir. Quando vi, já havia acontecido e olha aí o livro distribuído pelo Merda de Educação e de Cultura alienando e fazendo de tudo para tornar ainda mais desprovida de inteligência a população. E a professora coitada, aumento que nada! O negócio é usar do "entendi" para suportar a lástima de aceitar o então errado virar certo.

Preocupo-me com os nossos filhos e netos que até então eram, para mim e para muitos, o futuro do nosso país e que hoje, tornaram-se verdadeiras bombas-relógio desse mundo jogado a esmo. Eles acenderam o pavio e agora é esperar explodir. Escondam o pai dos burros, pois a caça às bruxas começou. A ortografia entrou em extinção.

E fizeram da educação um isso de não sei, com aquilo de qualquer coisa. O que está sendo jogado fora não são apenas letras eternizadas em papéis. Pisaram nas obras, na cultura, nos pensadores, no bê-a-bá da nossa língua. Bem, dizia a minha avó: da vida, a gente só leva a nossa sabedoria.

Educação é coisa séria e deve ser tratada com o devido respeito e atenção. Paletós fantasiados de leis não me assustam, o que me assusta é essa compreensão da população em abrir mão de não lutar pelo nosso bem mais precioso: o conhecimento.

Deixo aqui registrado o meu profundo protesto pelo descaso com a nossa língua portuguesa.


Segue link da matéria para melhor entendimento: http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2011/05/14/mec-distribui-livro-que-aceita-erros-de-portugues-924464625.asp


6 de maio de 2011

O que falta é respeito


Veja como são as coisas...

Quando eu ainda mais nova cheguei para o meu pai e disse que achava lindo tatuagem, vi que o mesmo não gostou nada da idéia, pois o meu pai vinha de uma geração que quem usava tatuagem era marginal e, na cabeça dele, o fato de eu vir a usar tatuagem poderia me influenciar a ir para esse lado ruim da vida. Notei um certo desconforto vindo do meu pai e escutei que, da parte dele, ele não gostaria, ma
s que não iria em momento nenhum me proibir de fazer, caso fosse o meu real desejo.

Muitos ao ler essa situação que aconteceu comigo, irão achar o meu pai um verdadeiro maluco e dizer que é muita "viagem" dele pensar que uma simples tatuagem me influenciaria em alguma coisa e mudaria minha personalidade, fazend
o com que eu virasse uma outra pessoa. O que eu digo para vocês é que isso foi um preconceito criado na cabeça dele - e de muitos outros pais da mesma geração que o meu - que fez com que ele passasse a ver com olhos de reprovação.

Onde quero chegar com tudo isso? Quero chegar no tema sobre a união entre homossexuais e mostrar esse preconceito bobo e mesquinho que assola a nossa sociedade. Em pleno século XXI ainda vejo gente achando que homossexualismo é
doença contagiosa, é publicidade ou qualquer outro tipo de classificação grotesca que se pode imaginar.

O fato de ter sido aprovado legalmente o reconhecimento das uniões civis entre pessoas do mesmo sexo, não significa banalizar, nem querer passar por cima de nenhuma religião, crença ou lei. Não significa também induzir ninguém a vir
ar homossexual, porque, para que fique explicado desde agora e para sempre, homossexualidade não "se pega", não "se vira", tampouco pode ser considerado uma opção individual. Você não pode querer comparar a homossexualidade com o mesmo que escolher qual rua seguir. Escolher qual rua seguir para chegar ao seu destino é uma opção sua, ser homossexual é uma orientação sexual presente em cada um de nós.

O argumento que alguns utilizarão mediante a isso é o de que, agora que foi legalizada a união entre homossexuais, o número de homossexuais irá crescer. Eu discordo completamente. Não é o número de casais gays que irão aumentar, mas os que vão passar a assumir seus relacionamentos, coisa que grande parte dos gays não faziam com medo de retaliação, como agressões físicas e verbais.

Canso de ver estampado nos jornais e sendo assunto de jantares em família, casos de casais héteros onde o homem matou a mulher por ciúme, onde a mulher traía o marido com o melhor amigo, onde filhos eram estuprados por seus pais e há também casos em que os próprios filhos matam os pais por questões de her
anças e outras futilidades que ultrapassam o lado humano. Casos como esses acontecem praticamente todo dia dentro de residências de casais héteros.

O que noto em meio a toda essa balbúrdia feita pela sociedade é o preconceito claro e subentendido usando argumentos do famoso "copia e
cola" que eram usados há tempos atrás. Antigamente a mulher só podia casar virgem, era uma regra imposta a todas as mulheres passada de geração a geração. Hoje em dia, não há essa obrigação por parte das famílias sobre o fato das mulheres casarem virgens e por isso, podemos apontar o dedo na cara dessas mulheres e classificarmos de impuras, infiéis e "mulheres da vida"?

Não é querer ser "modernóide", é querer ser maduro o suficiente para saber que tudo na vida sofre transformações, desde a natureza ao homem. Portanto, se estamos em constante movimento e em constantes mudanças, por que não respeitarmos que as coisas precisam ser mudadas e não vulgarizadas como pensam? Por que não respeitarmos que nossa orientação sexual está longe de ser um livre arbítrio? É algo que está na gente e com a gente.

Tatuagem não significa ser um fora da lei, como ser gay não significa influenciar ninguém a nada. A Xuxa "rainha dos baixinhos" usava bota branca até a coxa e nem por isso a sociedade foi influenciada a usar bota branca até a coxa. A biodiversidade sexual das espécies está longe de ser apenas uma matéria de Biologia estudada no colégio. É um fato ligado a sua natureza humana.

Dito isto, quero deixar também claro que sou altamente contra a forma como a mídia vem usando o tema da homossexualidade, para enfiar goela abaixo como forma de ganhar audiência e aflorar a irritação de boa parte que é contra, criando assim uma mal estar nacional. Devemos informar sem abusar e extrapolar os li
mites da comunicação.

Que nossas atitudes não nos tornem pessoas "quadradas" a ponto de só enxergar aquilo que nos convém. Que sejamos racionais, e ao mesmo tempo humanos, o suficiente para enxergarmos que a aceitação não precisa vir no pacote junto com o respeito. Você não é obrigado a aceitar nada que você não queira, mas é obrigado a respeitar para exigir respeito.