16 de março de 2010

Preto e branco


"Eu não sou tão triste assim, é que hoje eu estou cansada." (Clarice Lispector)


Meu mundo ultimamente vem perdendo as cores e não é que eu ache um charme filmes antigos, mas estou vendo tudo em branco e preto. Papel de vítima nunca combinou comigo, mas ando me sentindo uma menininha perdida. Um tanto cômica esta minha afirmativa, mas é verdade!

Antes estava tudo calmo e tranquilo. Até o pensamento fazia eco diante do silêncio que era, me fazendo bocejar a cada quinze minutos. De repente tudo se transformou! Eu devo ter piscado ou coçado o nariz em algum instante e quando dei por mim estava cercada de novos ares. Sim, porque não digo que isto que vem me acontecendo seja ruim, muito pelo contrário, é muito bom! Mas quem foi que disse que novidade também não assusta? Se existe esse alguém, por favor me dê a receita para acabar com o receio de dar um passo a frente, ou me diga a fórmula para que a mudança não venham de um modo tão radical... Eu não sei vocês, mas estou tendo que aprender a viver com as novas mudanças na base da pancada.

Há um tempo atrás, se alguém estivesse nessa mesma situação e me pedisse um conselho eu diria sem pensar duas vezes: Se feche para balanço. Mas se fechar para balanço não é o suficiente, porque você vai se achar sozinho e cada vez mais perdido. Nessas horas o bom mesmo é ter com quem desabafar. Poder falar tudo o que passa pela cabeça seja ela uma verdade ou uma grande bobagem e que a outra pessoa compartilhe esses pensamentos com você. Sempre ouço alguém falando que conselho se fosse bom não se dava, se vendia, mas eu prefiro muito mais um conselho do que um silêncio. Um silêncio por si só não me diz nada. Detesto monólogo, me tira do sério falar com as paredes. Dar conselhos mostra interesse daquela pessoa que escuta atentamente a tudo o que você diz e quando você se sente perdido, qualquer coisa que quem está te escutando fale é uma luz que se acende. Receber um abraço espontâneo, uma frase dita ao acaso, um gesto... algo que venha no momento menos inesperado vale muito! O suficiente para dar forças a quem hoje se sente frágil.

Hum, frágil? Achei a palavra certa para definir como venho me sentindo. Mas parafraseando Clarice... Eu ando triste, ou melhor assustas, mas sei que é só uma nuvem escura que está passando no meu céu colorido.
(Vanda Ferreira)

2 comentários:

  1. Filipy:

    Gostei muitoo, mt mt mesmooo!
    *-*

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  2. Todos, em algum momento da vida aprendem algo a força, seja para o bem ou para o mal.
    O "fechamento para balanço" nunca é a resposta, se isolar é ainda pior do que encarar as realidades que nos afligem, quem consegue viver sozinho? Mesmo os louco que se isolam não estão sozinhos, deliberam consigo mesmos quase, ou certamente, que criando uma insana relação de dupla personalidade... então qual seria o benefício, o aprendizado em se fechar, se ausentar do mundo tentando recuperar-se da dolorosa realidade da vida? Tudo bem, ela tem seus bons momentos, pode-se dizer que a vida é uma novela tragicômica, como aquelas das 19h.
    A fragilidade é de certa forma uma virtude, não se pode ser feliz de fato criando uma casca grossa ao redor de si, impedindo que cheguem ao seu alcance, essa fragilidade expressa a humanidade de cada um, e o que há de mais belo na vida humana do que sabermos que somos diferentes dos seres irracionais??

    Ou será que não somos??

    Dekinha, tnho adorado tudo que eu leio no teu blog, escreves muitíssimo bem, percebe-se que em cada letra está o teu sentimento!!
    Te desejo muito sucesso e felicidade!!

    Beijos do Mirmick

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